21 fevereiro 2007

Tanto riso, oh quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão...

Lembrando da minha última viagem aos cafundós do mundo, numa cidade perdida
por este Brasil, eu e uma amiga fomos parar no melhor bar da cidade. Ressalta-se
que era um dos mais bem freqüentados do lugar. Um verdadeiro show... De horror!!!
Tudo bem, é importante frisar que havia sim um mulherão no bar, uma loira de mais
ou menos 1,80 de altura, com pernas grossas, cabelos grandes, bem tratados,
sem “chapinha” e um sorriso muito bonito, porém, o restante – valei-me! Cada uma
que levantava da mesa era de assustar. Os homens também não eram lá essas coisas,
sabe jogo de quebra-cabeças? Alguns ali estavam montados com as peças erradas,
bem no estilo cabeça que não combina com o corpo, braços malhados que não
combinam com as pernas finas, espécies assim.
Pra não dizer que era mentira, perguntem pra minha amiga. Tudo bem que ela
estava vendo tudo em dobro e rodando, mas ela jurava que não era de “cachaça”.
Eu confesso que não pedi pra ela jurar de pés juntos, pois sabia que ela não iria
conseguir equilibrar seu labirinto.
Enquanto estávamos ali descobrimos várias coisas, dentre elas que você pode ir ao baile do bloco de rua, usando um abadá cheio de propaganda das oficinas da cidade sobre o seu macacãozinho de malha enrolado na cintura, ou melhor, no quadril, afinal de contas deixar a barriga disforme à mostra não é falta de bom senso e sim excesso de coragem!

Outra coisa que descobrimos é que aquela velha calça jeans strech, que fica agarrada ao corpo bem no estilo calça da Gang, pode ser cortada e transformada em uma bermuda para ser usada com uma mini-blusa do mesmo material, enfeitada com brocados de strass e fivelas prateadas nas alças. Pra completar o modelito, pode usar um par de sandálias altas com tiras de elástico vermelho maravilha e ainda uma correntinha dourada com pingentes no tornozelo. Ora, tudo pode e é permitido, afinal é carnaval, é carnaval, é carnaval...

Naquele sábado, no bar, havia uma banda tocando músicas de estilo diverso ao feriado – Skank, J. Quest, U2, Cidade Negra, Bee Gees, Rita Lee, Titãs, Capital Inicial, Beatles, Paralamas... Ainda bem que não tocaram nenhuma marchinha carnavalesca! Concluímos que o repertório da banda estava muito bem selecionado.

É lógico que minha amiga tonta encontrou um amigo letrado, ou seria “formulático” (sim, estou misturando fórmulas com lunático, pois temos que ressaltar que o rapaz é formado em Física, pós-graduado em Física, Mestre em Física, Doutor em Física e PHD em Física). Ele sentou conosco e ficamos conversando sobre vários assuntos. Até que ele me perguntou se eu estava gostando do local. Eu respondi que sim e que estava me divertindo, principalmente, porque o ambiente era propício para eu postar alguma coisa no blog. No início ele resistiu mas, quando eu disse que tudo o que ele já havia falado eu já havia captado, logo ele falou: “Então tá! Pode colocar que encontrou o Viper”. Coitado, não sabe pra quem estava falando... Hehehe... Já está aqui, baby!

Pois é... Pra causar inveja às mocinhas e mocinhos do bar, alguns dos rapazes da banda vieram sentar na nossa mesa. Comoção geral! Um deles, suado como pote que sai da geladeira e fica exposto, nos cumprimentou e foi trocar de blusa. Ao retornar sentou-se ao meu lado e ficamos papeando. Na hora de voltar ao palco me deu um beijo no rosto e disse que no próximo intervalo voltaria pra lá. Imagine os olhares das moçoilas que estavam na mesa ao lado, rs...

Continuamos conversando e rindo muito - eu, minha amiga e o Viper que resolveu defender a tese de que o verdadeiro corno é aquele que depois de levar um chifre da mulher ainda aceita ficar com ela. Levar chifre é normal, agora levar e continuar com a mulher, ah, esse merece é mais. Agora entendi porque falam aquele ditado que ‘todo castigo pra corno é pouco’, falam isso porque o corno merece!

De repente a banda tocou “Ursinho de dormir” do Armandinho e quem estava cantando era o baixista da banda que, na parte ”Eu hei de conquistar / Teu coração durão demais / Que não quis pagar pra ver / Nem dá o braço a torcer” apontou e riu pro Viper. KKKKKKKKKKK “Coração durão” desta vez eu e minha amiga rimos até doer nossas bochechas.

Em meio a tanta gente normal e conversas normais, gente bizarra e conversas bizarras a gente se divertiu pra valer. Foram horas em que nos esquecemos dos problemas da semana, da crise de labirintite, da batida do carro e de vários outros incômodos. Sendo carnaval e longe do arlequim, da colombina e do pierrot até que era propício cantarolar o trecho: “Tanto riso, oh quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão...”.